quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Por que gosto de Noel?

Ontem assisti um documentário sobre Noel Rosa que , se fosse vivo, completaria 100 anos em 2010. Noel era de família de classe média carioca. Estudou num dos melhores colégios do Rio de Janeiro( São Bento) , mas, sua vocação era mesmo a boemia de Vila Isabel. Tinha um perfil inconfundível em razão de um afundamento da mandíbula no momento do parto. Era compositor, sambista e cantor , tocava violão e bandolim. Boêmio, fumante, amante da noite, da bebida e das mulheres, morreu aos 26 anos, vítima de tuberculose deixando inúmeras canções lembradas até hoje. Mas, que tem Noel a ver comigo se, quando morreu, eu nem pensava em existir? Talvez dois motivos expliquem o meu encanto pelas suas canções. O primeiro, ter crescido ouvindo minha mãe cantar "Linda pequena, morena , da cor de Madalena..." " Um Pierrô apaixonado que vivia só cantando...." "Nosso amor que eu não esqueço e que teve o seu começo numa festa de são João..."" Quem é você que não sabe o que diz? Meu Deus do céu que palpite infeliz... o segundo, quem sabe, por ser carioca e trazer lembranças inconscientes de um Rio que eu não vivi. Salve Noel!

Por que gosto de Noel?

domingo, 8 de novembro de 2009

almoço em agosto

Ontem, minha idéia era passar o dia em Porto de Galinhas, na fliporto,mas, por reconhecer minha inabilidade espacial, não me senti segura, sem uma companhia confiável neste sentido. Diante da programação frustrada, à noite, resolvi pegar uma sessão de cinema próxima de casa deixando minha mãe idosa sozinha que, como sempre, não quer sair. Li a sinopse não muito esclarecedora, mas, frente às opções, achei que esta seria a melhor. Não me arrependi. O filme do ponto de vista da produção, fotografia, cenário é bastante pobre, parece despretensioso quanto a tudo isto, no entanto, toca num tema atualíssimo na sociedade atual, a dificuldade de ter quem cuide dos nossos queridos familiares da "boa idade". Um homem na faixa dos 50, mora com sua mãe idosa, apesar de bastante lúcida e vaidosa, capaz de arrancar boas risadas do público, em condições financeiras difíceis por não poder deixá-la sozinha. Na minha percepção o personagem, ainda jovem e bem disposto, parecia aceitar muito passivamente a impossibilidade de trabalhar com a desculpa de que a mãe não poderia ficar só. Mas, na realidade, o autor preferiu focar na questão da dificuldade das pessoas de modo geral em manter seus velhos em condições dignas de cuidados, mesmo que , para isso, às vezes se faz necessário lançar mão de meios um tanto questionáveis, todavia, nada que possa ser tão incriminador. Resumindo, o personagem principal em razão de suas dificuldades finaceiras, se envolve em cuidar de 4 idosas durante o feriado. Seu apartamento de repente se torna uma casa de repouso, com direito a refeições preparadas com requinte acompanhadas do bom vinho italiano, horários para medicações, cuidados com dietas especiais, administração de pequenas birras típicas da faixa etária etc...etc.... Vale a pena assistir, garanto que darão boas risadas e, o mais importante, poderão refletir sobre o que será de todos os nossos idosos e de nós quando estivermos na tão famosa "boa idade".