quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

O que é que eu tenho com o Haiti, se ele não é aqui.

Estou ainda sob o impacto do terremoto que destruiu o povo haitiano.

Quando se inicia um novo ano, somos naturalmente acometidos por um curioso desejo pelo novo, pelo diferente, pela esperança de que tudo vai estar bem melhor. Ainda vivendo o clima das comemorações pela chegada de 2010, somos surpreendidos por esta tragédia que, por força da tecnologia, parece que foi aqui do lado da nossa casa. O meu sentimento inicial foi de perplexidade, não só diante das cenas aterrorizantes, mas, principalmente pela constatação do quanto aquele povo estava abandonado a ponto de não terem uma forma de se protegerem e, na condição que vive o país, sofrerem inclusive pela difícil condição do país para receber ajuda. Parece até que foi preciso acontecer o cismo para que o mundo olhasse para os abandonados, empobrecidos principalmente pela miséria de consciência social e política dos governantes. O fato parece abrir nossos olhos para o quanto vulneráveis estamos neste mundo, porque além das calaminades naturais provocadas pela natureza revoltada com o descuido diante das questões ambientais, estamos a mercê de políticos que não estão nem aí para as necessidades do povo. Querem mesmo é manter cheios os seus "cofres" pessoais.

Neste momento lembro-me de um poema que Afonso Romano SantAnna publicou nos anos 80, que infelizmente continua atual no nosso país. Ele fala da mentira.


" Mentiram-me.

Mentiram-me ontem

e hoje mentem novamente.

Mentem de corpo e almacompletamente.

e mentem de maneira tão pungente

que acho que mentem sinceramente.

Mentem sobretudo impunemente.

Não mentem tristes,

alegremente mentem.

Mentem tão racionalmente

que acho que mentindo história a fora

vão enganar a morte eternamente.

Mentem, mentem e calam

...

Sei que a verdade é difícil e para alguns é cara e escura,

mas não se chega á verdade pela mentira

nem a democracia pela ditadura

...

Mentem, mentem caricaturalmente.

mentem como a careca mente ao pente,

mentem como a dentadura mente ao dente,

mentem como a carroça á besta em frente,

mentem como a doença ao doente,

mentem como o espelho transparente

...

Mentem partidariamente,

mentem incrivelmente,

mentem tropicalmente,

mentem hereditariamente,

mentem, mentem e de tanto mentir tão bravamente

constróem um país de mentiras diariamente."

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

as ruas estão rosa

mar e sol














Nada como uma imagem do sol para estimular nosso pensamento e fazer "cosquinha" nas nossas ideias. A natureza tem esta capacidade. É só se deixar contagiar!!!